sexta-feira, 3 de abril de 2009

A CÂMARA DE PASSES

É conveniente que o grupo de passistas seja escalado com antecedência e ao chegarem no Centro Espírita, já estejam preparados psiquicamente, emocionalmente e fisicamente para o desempenho das funções, e que adentre a câmara de passes pelo menos 15 minutos antes do atendimento de passes ao público.

Que antes de iniciar o trabalho, o coordenador faça uma prece e logo após todos devem ficar em oração mental.

Para um bom andamento do trabalho de passe é necessário : a) Horário; b) Confiança; c) Harmonia Interior; d) Respeito

"No tocante à pontualidade, devemos lembrar que os assistentes do Plano Espiritual não estão disponíveis unicamente para nosso auxílio. Se insistirmos na indisciplina eles passarão adiante à procura de núcleos e companheiros que tenham em melhor apreço a noção de responsabilidade."

A sala de passes, conquanto invisível aos olhos carnais, abriga todo um laboratório de recursos fluídicos. Muitos dos preparados fluídicos são particularmente sensíveis às emanações mentais. A palavra desrespeitosa ou grosseira pode trazer prejuízos maiores do que se pode imaginar. Assim como determinados medicamentos para serem conservados exigem condições e temperaturas adequadas, também os preparos fluídicos deterioram sob ambientes moralmente poluídos.

De outra sorte, toda emanação de fé, esperança, de amor e de serviço, toda prece sincera levada a efeito dentro da Câmara de passes é contribuição valiosa. Mesmo quando não esteja sendo ministrado passe, lembre-se que trabalhos assistenciais continuam a ser operados pelos planos superiores da espiritualidade. Portanto, devemos ver na Câmara de Passes um templo de trabalho santificante da medicina espiritual, onde damos e recebemos, cooperando com Deus na justificativa do mandato que recebemos.

SITUAÇÕES EM QUE O PASSISTA NÃO DEVE APLICAR PASSES

1. Quando não se sentir confiante;

2. Quando estiver nutrindo sentimentos negativos e não conseguir superálos;

3. Quando tiver vícios, como o uso regular de alcoólicos, tóxicos, fumo e alimentar-se desregradamente ou usar práticas que promovem desgastes físicos exaustivos e desnecessários.

4. Quando estiver com o estômago muito cheio;

5. Quando submetido a tratamento que prescreva medicamentos controlados;

6. Quando em idade avançada e com visível esgotamento fluídico ou portador de deficiência;

7. Quando se é criança ou muito jovem ainda;

8. Quando se encontrar estafado física e ou mentalmente;

9. O passe não deve ser aplicado a qualquer momento, indiscriminadamente, e por qualquer motivo.

10. Quando não estiver devidamente habilitado através de treinamento específico.

11. Quando estiver mediunizado.


 

CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE OS PASSISTAS


 

1. Alimentação - Não podemos dizer que a ingestão de carne é interditada ao passista, mas não se admite a ocorrência de um fato como esse: "acabei de me refestelar numa churrascaria e vim aplicar passes". Nem uma coisa, nem outra. Além disso: "o excesso de alimentação produz odores fétidos através dos poros, bem como das saídas dos pulmões e do estômago, prejudicando as faculdades radiantes, porquanto provoca dejeções anormais e desarmonias de vulto no aparelho gastrintestinal".

2. Vícios - A abstenção dos vícios é apenas um dos referencias do bom passista. Detendo nossa atenção na questão do fumo, ele é extremamente desaconselhável, ainda que em pequenas quantidades e sem o "trago". Quanto ao álcool, "o álcool e outras substâncias tóxicas operam distúrbios, nos centros nervosos, modificando certas funções psíquicas e anulando os esforços na transmissão de elementos regeneradores e salutares." (Missionário da Luz).

3. O Passista doente - Pode aplicar passe o passista doente? Depende... Se sua doença é contagiosa ou transmissível (inclusive gripes e resfriados), não deve aplicar passe, nem sequer ficar no ambiente, a fim de evitar a propagação, Isto é o que recomenda a prudência, o bom senso e o exercício da caridade com o próximo. Existem doenças que não afetam a doação de fluidos. É importante na aplicação do passe, o que transmitimos, e o grau de risco a que o expomos o paciente, com nossas condições. O passista deve evitar a aplicação de passes quando em tratamento espiritual;

4. Higiene - "A higiene, a intemperança, a medicina preventiva e a disciplina jamais devem ser esquecidas" (Emmanuel). E Marco Prisco completa: "Como ao recipiente se exige higiene, a fim de serem conservados inalteráveis os produtos que guardam, ao médium-passista são indispensáveis os requisitos da higiene física, psíquica e espiritual". Nada mais desagradável que um odor pesado, um hálito forte sobre os pacientes. Higiene não é sinônimo de roupa nova, mas de limpeza, zelo e cuidados pessoais.

5. Roupas e Adereços - O passista deve vestir-se coerentemente sem "agredir" o paciente com roupa extravagante, superdecotadas ou justas demais (dificultam os movimentos e a circulação), ou que façam propaganda de alcoólicos, fumo, ou qualquer serviço ou produto facilitadores de danos à saúde física, mental e espiritual. O bom senso nos indica o que vestir conforme o ambiente. Recomendamos parcimônia no uso de adereços, como pulseiras, anéis e colares, pois podem provocar inconvenientes como barulho, chocalhos, dificultando a concentração do paciente e mesmo do passista. "O espírita não se prende a exterioridades."André Luiz . "Todas as formulas são meras charlatanearia. Não há palavra sacramental nenhuma, nenhum sinal cabalístico, nem talismã, que tenha qualquer ação sobre os Espíritos, porquanto estes só são atraídos pelo pensamento e não pelas coisas materiais."Allan Kardec

6. Estudo - É fundamental, não só ler, mas estudar, a fim de elucidar pontos obscuros e melhor orientar nossa tarefa. Para auxiliar o aprendizado, temos palestras e cursos periódicos, mas não devemos ficar sós nisso, precisamos estabelecer horário para estudo individual. André Luiz nos ensina: "o estudo da constituição humana lhes é naturalmente aconselhável, Enfatiza Emmanuel: "o médium tem obrigação de estudar muito, observar intensamente e trabalhar em todos os instantes pela sua própria iluminação. Somente desse modo poderá se habilitar para o desempenho da tarefa que lhe foi confiada, cooperando eficazmente com os espíritos sinceros e devotados ao bem e à verdade."

7. Emoções - Devemos nos precaver do envolvimento em questões de sensualidade, violência, politicagem e discussões desarrazoadas; a serenidade deve ser um atributo do passista para que mantenha no dia do trabalho, pelo menos, harmonia consigo mesmo. Emoções fortes geram desequilíbrios psíquicos, causando sofrimentos morais e tristezas. A calma, a paciência, a elevação do espírito pela prece, pelas boas leituras e, sobretudo, pela retidão moral, são elementos de perfeita saúde (físico-psíquica) para o passista.

8. O passe espírita não comporta as encenações e gesticulações, geralmente de correntes espiritualistas de origem mágica ou feiticista. Todo o poder e toda a eficácia do passe espírita dependem do espírito e não da matéria, da assistência espiritual do médium passista e não dele mesmo.

9. As encenações preparatórias: mãos erguidas ao alto e abertas, para suposta captação de fluidos pelo passista, mãos abertas sobre os joelhos, pelo paciente, para melhor assimilação fluídica, braços e pernas descruzados para não impedir a livre passagem dos fluidos, e assim por diante, só serve para ridicularizar o passe, o passista e o paciente. Convém lembrar que os fluidos espirituais transmitidos pelos desencarnados passistas circula primeiramente na cabeça dos médiuns (Centro Coronário e Frontal), conforme explica André Luiz no livro "Nos Domínios da Mediunidade", desnecessário, portanto, que os médiuns ergam os braços para captarem fluidos. "O pensamento influi de maneira decisiva, na doação de princípios curadores".

10. A formação das chamadas pilhas
mediúnicas, com o ajuntamento de médiuns em torno do paciente, as correntes de mãos dadas ou de dedos se tocando sobre a mesa – condenadas por Kardec – nada mais são do que resíduos do mesmerismo do século passado, inúteis, supersticiosos e ridicularizantes.

DISPOSIÇÃO DO PASSISTA E DO PACIENTE

Como já vimos, o passe é modalidade de socorro, é ação fluídica de amor. Para se aplicar o passe, faz-se necessário atender algumas recomendações básicas, a fim de que se obtenham os resultados almejados.

Ao passista solicita-se a harmonia íntima, pensamento elevado mentalizando o Plano Superior, através da prece e vontade dirigida ao auxílio do necessitado. A fé consciente, o pensamento firme e continuado no propósito de servir, são condições fundamentais.

É importante lembrar que, para o bom andamento do trabalho, faz-se imprescindível a experiência, o horário, a segurança e responsabilidade do servidor. A Lei não pode menosprezar as linhas da lógica.

Ao paciente, por outro lado, requisita-se receptividade, fé e confiança no auxílio do Mais Alto, e a mente em prece renovadora. Conforme nos conta André Luiz em seu livro "Nos Domínios da Mediunidade", a eficácia do passe está diretamente ligada ao estado de confiança do paciente, sem a qual as irradiações magnéticas não penetram o veículo orgânico, trazendo o medicamento adequado ao alívio do paciente.


 

OBSERVAÇÕES


 

1. O Passe ou Imposição de Mãos é uma prática recomendada e exemplificada por Nosso Senhor Jesus Cristo para efetuar curas ou aliviar sofrimentos provocados por enfermidades físicas ou espirituais;

2. A aplicação de passe poderá ser com uma ou as duas mãos;

3. O passe deverá ser aplicado sempre de cima para baixo;

4. O passista deverá ficar de olhos abertos, observando o comportamento do paciente;

5. Na aplicação de passe evitar ruídos, fungados, assovios, "castanholas" ou movimentos bruscos, os quais são completamente descabidos, pois tiram a concentração do paciente;

6. Não conversar na cabine do passe. Fazer a prece em silêncio;

7. O valor do passe reside no pensamento elevado do passista e não na gesticulação das mãos. O amor é tudo;

8. Nunca tocar o paciente. Fazer a imposição fixa ou móvel à distância;

9. O passe aplicado na Instituição Espírita é mais eficiente do que a aplicação em outros ambientes. Ter cuidado com passes aplicados em hospitais, prisões, manicômios, domicílios, etc.

10. O passista não deve revelar ao paciente o que viu: obsessores, cenas, etc., que possam causar impressões negativas.

11. O passista não deve se preocupar com o resultado da aplicação do passe. Cada trabalhador deve fazer sua parte. A complementação pertence ao alto.

12. Evitar incorporação, manifestações, bem como doutrinação na cabine.

13. O passista deve se preparar física, moral e espiritualmente, evitando alimentos condimentados, carne, fumo, álcool, abusos sexuais, extravagância de qualquer natureza. Manter o asseio corporal e evitar a poluição mental "Não se expulsam demônios dessa espécie senão por meio de jejum e prece".

14. O passista equilibrado, que ora e vigia, conta sempre com boa assistência espiritual; basta pedi-la no momento oportuno – "Pedi e darse-vos-á".

15. Jamais receber presentes ou pagamentos, direta ou indiretamente, pelo serviço cristão que prestou – "dar de graça o que de graça se recebe".

16. O passista deve cultivar a calma, a firmeza nos bons propósitos, a perseverança, a harmonia moral, exemplificando o bem, tanto na Instituição como em qualquer lugar,

17. O passista não deve prometer a cura do paciente, pois esta depende de fatores que escapam ao nosso conhecimento.

18. O passista jamais deve guardar ressentimento, mágoas ou aversões.

19. Antes de dormir o passista deve fazer a sua prece de agradecimento e pedir o reabastecimento de energias dispendidas durante a aplicação dos passes. A prece é o alimento da alma.

20. O passista deve ser otimista e o animador de todos os pacientes.

21. O passista é sempre visado pelas trevas inimigas da Instituição, da Doutrina Espírita e dos trabalhadores na seara de Jesus.

22. Os obsessores criam antipatias entre o passista e os obsediados para que este desanime, se aborreça e abandone o tratamento espiritual e a Instituição que freqüenta. Ter muito cuidado com as ciladas que são armadas; afetos que se transformam em relações ilícitas, tentativas de suicídio, etc.

23. Não se intimidar com as ameaças dos obsessores, mas não subestimá-los.

24. Os bons Espíritos sempre trabalham em equipe, nunca isoladamente.

25. O paciente poderá apresentar pioras no início dos passes, mas isto é a prova da luta que o obsessor trava para afastar do tratamento a pessoa visada.

26. Os obsessores visam preferencialmente o baço nos homens e o útero na mulher.

27. O passe aplicado na pessoa que está dormindo atinge somente o corpo físico, mas quando em estado de vigília, o benefício atinge além do corpo, o perispírito.

28. Existem passes calmantes, tonificadores, restauradores, de curas, etc. dependendo da mediunidade do passista, da sua vontade e do merecimento do paciente.

29. Orientar os "papa-passes" para evitar que fiquem sempre na dependência.

30. O passista deve assistir no mínimo a uma reunião pública por semana.